Um dos elementos fundamentais para entender a história dos Beatles é a espiritualidade de George Harrison. Pelo menos é o que garante o historiador e escritor norte-americano Joshua M. Greene. É ele quem toca numa questão emblemática para os Fab Four de forma inédita, com a biografia “Here Comes the Sun – A Jornada Espiritual e Musical de George Harrison”
Apesar de ser de conhecimento público que o guitarrista George Harrison contribuiu significativamente para a difusão da música indiana – sendo o primeiro músico a inserir um instrumento da Índia (sitar) na música pop, com a canção “Norwegian Wood” –, até então as influências espirituais do beatle tinham sido pouco exploradas. Inclusive em publicação anterior similar, “A Biografia Espiritual de George Harrison”, escrita por Gary Tillery em 2012, que chegou a ser criticado pelo conteúdo raso de suas 200 páginas – sem qualquer novidade substancial.
Ao contrário disso, a publicação de Greene, abastecida por nada menos do que 416 páginas, reúne fotografia raras e histórias inéditas de George com músicos como Bob Dylan, Eric Clapton e Elvis Presley, além de descrições detalhadas de seus encontros com líderes espirituais, como sua amizade com Ravi Shankar, lenda da música indiana, que lhe mostrou a ligação harmoniosa entre música e espírito.
No decorrer das histórias, Greene tem uma preferência por focar a fase final de George com os Beatles e, posteriormente, em sua carreira solo, revelando como grandes sucessos dele, como “Something”, “Here Comes the Sun” e “My Sweet Lord” estavam contaminados pelas relações espirituais do guitarrista.
“Ele se tornou rico e famoso além da conta aos 23 anos e teve muitas experiências profundas nesse curto período. Sua vida foi compactada. Ele tinha tudo que valia a pena ter, já havia se encontrado com todos que queria, mas teve uma inteligência inata para saber que ‘há algo mais’ na vida do que apenas curtir”, diz Greene, em entrevista à Coletivo Editorial.
Entre vários detalhes, o livro revela como o compromisso espiritual do beatle conhecido como o mais tímido dos quatro garotos de Liverpool o levou a organizar o famoso “Concert for Bangladesh”, em 1971, o primeiro grande show beneficente da história do rock, além de um disco apenas com mantras em sânscrito, gravado ao lado dos primeiros devotos Hare Krishnas ocidentais.
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